terça-feira, dezembro 09, 2008

A moça (ou lembranças de um velho amante)


Desde que olhei naqueles olhos não tive mais sossego;
Ah! aquela moça me levara as mais belas aventuras;
Aventuras essas em lugares que sempre almejei tê-las.

Mesmo depois de tempos, ainda sinto seu corpo ao meu;
Aquele cheiro doce de seus cabelos;
Aqueles seios quentes que me convidavam a prova-los;
Aquelas mãos mornas em meu rosto;
Suas tão belas curvas onde minhas mãos teimavam em passear.

Sua suave voz que vinha em meus ouvidos pedir um beijo...
Como era impossível negar tal pedido, me colocava no dever de provar tal gosto de seus lábios;
E que lábios, meu amigo, que lábios.

Minha língua não me obedecia mais, era a moça quem mandava nela;
Era fascinante sentir sua respiração acelerar com minhas carícias em suas mais delicadas partes;
Eu teimava em desvendar tais sentidos na moça.

Ah! ainda sinto o gosto daquela boca;
Ainda lembro como era presenciar o mais belo gozo;
E lembro, tão bem, como era bom dormir envolto daqueles braços vis;
E tomado por aqueles lábios.

(Diego G. Ferrão)

quarta-feira, setembro 24, 2008

Uma mascara.

Não quero mais saber desse "quero e não quero";
Têm horas que me sinto um pierrot;
Mas agora estou me sentindo um Arlequim;
"O malvado" da história, quem? Eu!

Me afasto por uma amizade;
Ou deixo de ser Arlequim por uma paixão?
Não, já disse que eu não vou mudar;
Você é quem sabe, Colombina;
Quero sua felicidade.

Uma amizade por um coração;
Troca justa!
Eu como Arlequim, estou acostumado com isso;
"Objeto direto" de desejo das Colombinas, bailarinas, trapezistas;
Que sempre matam o desejo e depois correm pra paixão.

É, é melhor assim;
Mata esse teu desejo de Arlequim;
E corre pra essa tua paixão de Pierrot.

(Diego G. Ferrão)

sábado, agosto 16, 2008

O Relógio

Tic-tac...tic-tac...tic...

Olho o relógio;
O tempo passa;
As nuvens correm como carros na estrada;
O sol deita pra lua levantar.

O tempo não para!
As horas passam!
Queria eu atrasar o sol;
Para ter mais horas no meu dia.

Mudo o relógio do meu quarto de lugar;
Mas as horas não mudam;
As noites mal dormidas me enfermam com suas poucas horas.

Este escravo do relógio com medo do futuro;
Se esvai nos ponteiros tempo.

Levanta homem!
Beije tua mulher!
Abrace tuas crias!
Tome seu café!

Olho o relógio;
Silêncio!
Escuto ele zombar de mim:
-Dance meu "tic-tac" minha marionete!
O tempo nos enlouquece;
Nos transfigura por dentro e nos mata por fora.

E lembrem-se "crianças":
Goze do tempo que lhe foi dado;
Faça o que tiver de fazer;
Mostre todo desapego ao teu relógio, zombe dele!
Pois, certamente, ele zomba de você.

tac...tic-tac...tic-tac...

(Diego G. Ferrão)

segunda-feira, julho 28, 2008

A Menina que desenha Casas.

Desenha casas;
Desenha pássaros;
Desenha até quem passa.

Deitada de bruços, essa menina desenha de tudo;
Me mostro daqui pra ela;
Mas ela não pensa em mim nem como aquarela.

Ah! como eu queria que ela me desenhasse na janela;
Com os olhos brilhando, vendo ela me pintar;
Imagino-me naquele pedaço de papel rindo,feliz a brincar.

Mas ela não pensa em mim nem como esboço;
Me debruço na janela;
Oh! menina faz um esforço, me olha aqui esticando o pescoço só pra você me desenhar!

Nervoso?
Sim!
Lá vem a menina com o papel na mão;
Será que eu tô no desenho, ou será que não?

Mas ela não pensa em mim nem como algo pra desenhar;
No papel?...desenho não há!
Surpreso escuto ela pedir um favor:
-Desenha uma casa pra gente morar?

(Diego G. Ferrão/ Gabriel Ferrão)

sexta-feira, junho 13, 2008

Pensando

Engraçado, agora ás 00:00h eu penso:

-Hoje já é o amanhã!
Engraçado pensar que ontem era hoje;
Mas qualquer um pensaria nisso ao som de uma música;
Ou ao simples fato de pensar.

Engraçado pensar que nas horas dormidas eu não vi o tempo passar;
Mas, engraçado seria se dormindo visse o tempo passar!

Engraçado pensar que, somos macacos pensando não ser;
Engraçado é quando os pensamentos se encaixam e você diz:
-Há! pensamos juntos!
Logo penso:
Será coincidência ou isso realmente acontece?

Pensando aqui comigo,
Acho graça nisso tudo que passa pela minha cabeça;
Viver é pensar em coisas engraçadas ou não;

Pensar no impossíve ou no possível;
Pensar rápido ou devagar;
Pensar alto ou baixo;
Pensar no bom ou...no bem;
Mas, engraçado seria se não pensasse.

(Diego G. Ferrão)

terça-feira, maio 27, 2008

O Palhaço e a Boneca Bailarina

A vida não é mais a mesma desde quando a Boneca Bailarina partiu;
Naquela manhã eu não era o mesmo daquele dia;
Sem você não me sinto sintinozado,só me sinto só.

Lembro das tuas gargalhadas;
Seus olhares de alegria;
Da tua energia.

Enquanto lembrar de você, vou me sentir seguro;
Enquanto você estiver em meu coração, terei paz.

Em um único verso demostro a solidão que sinto com sua partida;
Volto ao meu cotidiano [sem você];
Um dia desejo ver você novamente em qualquer lugar.

É verdade, como um vento você veio e revirou minha vida;
Hoje volto a ser o que era;
Uma parte de mim foi com você.

E agora fico com um sorriso "bobo" estampado no rosto;
Esperando a Boneca Bailarina voltar;
Para devolver a graça da vida;
E é nessas raras horas em que o Palhaço chora!

(Diego G. Ferrão)

domingo, maio 25, 2008

Solidão.

Já deveria saber quantas estrelas há no céu;
Quantos segundos há numa noite;
Quantos luares observei;
Deveria saber em que momentos eu errei;
Sozinha, na janela do meu quarto;
Pensando no que passamos juntos;
Momentos insubstituíveis;
Foram jogados ao vento;
Ainda não sei o que aconteceu;
Minha mente permanece em branco;
Mas, para o meu coração, você ainda não morreu;
Noites passei em claro;
Mas sei que bons dias virão;
Quando vc me pedir desculpas;
E me der uma explicação.

(Tamires Almeida)

terça-feira, abril 15, 2008

Infância Querida.

Que saudade tenho da minha infância querida;
No sertão de Pernambuco;
Vendo a ânsia do povo esperando a chuva cair;
Com seus tambores ritimados;
Vendo pai trabalhando no canavial.

Saudade das macumbas no terreiro de mãe;
Correndo no sertão, vendo a chuva chegar;
Vendo os truvão caindo do céu.

Saudade do Carnaval de Pernambuco;
Meu coração batendo no rítimo do Maracatu;
Entrando nas rodas de capoeira;
Vendo o Boi Luzeiro rodar na praça.

Saudades do Caruru com Abará de Vóinha;
Escutando o sabiá cantar na seca;
Que saudades da minha terrinha.

(Diego G. Ferrão)